Há uma concepção de que hoje futebol é negócio, ou seja, há uma visão sempre teleológica no lucro, finalista, com visão no mercado. Sabe-se, porém, que essa tendência é perigosa, na medida em que vai matando, aos poucos, a essência deste esporte, o lado romântico e tão esquecido.
Por outro lado, procurando bem, ainda existem ligas profissionais que, ironicamente, por falta de dinheiro, ainda preservam um pouco do 'amadorismo', da paixão no seu estado mais puro. Hoje, nesse sentido, me ocuparei de falar do Independiente de Medellín, equipe colombiana, que, junto com todos os outros times deste país, capenga financeiramente, mas mantém acesa a chama verdadeira do futebol.
O Independiente surgiu em 1913, para rivalizar com o 'Sporting', que era uma equipe formada por antigos colonizadores. O povo colombiano se juntou sob o comando de Alberto Uribe Piedrahita, e, mesmo sendo boicotado financeiramente, levantou este time. A primeira partida contra o seu então rival foi vencida, arrasadoramente, por 11 a 0, como se fosse um gol para cada jogador.
Essa vitória significava, ao menos simbolicamente, o triunfo do povo contra aqueles que, durante muito tempo, o dominaram e hostilizaram. Foi sob essa responsabilidade que cresceu o Independiente de Medellín, que, atualmente, rivaliza com o Atlético Nacional e com o América de Cali.
A sua barrabrava, 'a resistência norte', ou, como preferem eles mesmos, 'La Rexixtenxia Norte', carrega no semblante a situação descrita no início. A dificuldade financeira não se torna obstáculo para a paixão pelas cores do seu time, pelo futebol. A liga colombiana enfrenta sérias dificuldades, mas, Deus sabe por que razão, a paixão persiste, imperecível. Aos gritos de 'Vamo, vamo Medallo, Vamo Vamo a ganar, una vez más, te venimos alentar', ou 'Vamos, vamos poderoso', a banda empurra o 'rojo' contra todas as dificuldades e, mais do que isso, resiste.
Portanto, na contrapartida da era do marketing, do negócio, das vendas milionárias, o Deportivo Independiente de Medellín mantém-se firme com um futebol pobre, mas apaixonado. A sutileza comercial com a qual se impõe a tendência do futebol moderno vai entrando aos poucos na Colômbia, porém, sabe-se, vai encontrar sérias dificuldades para seguir adiante.
Músicas da barra do Independiente
Nenhum comentário:
Postar um comentário