domingo, 19 de julho de 2009

90 Minutos Sem Guerra









Quando se fala em Israel, o que vem na sua cabeça ? Guerra, correto ? Na minha também.

Seria utopia pensar que em tempos de guerras, com bombas estourando por todos os lados e homens-bombas escondidos em cada esquina, que algum jogo de futebol conseguisse atrair tanta gente a ponto de lotar o estádio. Mas eles fazem isso.

Em junho, teve um próximo clássico envolvendo os 2 times de Tel Aviv: Maccabi Tel Aviv x Hapoel Aviv. O Estádio Bloomfield, local da partida, com capacidade pra 15 mil pessoass estava completamente lotado.

O Hapoel é o time dos comunistas e judeus da Ásia e África. Faz uma festa mais visual com bandeirão, balões, cachoecóis, papeis piscados (a ausência de sinalizador num país em guerra tem motivos óbvios, foram proibidos, este ano, de entrar nos estádios). Mosaicos também são constantes na torcida.

O Maccabi é composto pela sua grande maioria por liberais e judeus europeus. Faz uma festa no estádio envolvendo mais loucura. Um homem sem camisa como uma espécie de puxador grita com um mega-fone e faz torcida pular e cantar como loucos, porém sempre com um cachecol ou uma bandeira na mão.

Fora o cachoecol e outros materiais de torcida que são comuns em todo mundo, as 2 torcidas levam bastante bandeiras de Israel ao jogo, o que mostra o orgulho deles pela Terra Santa.

A rivalidade entre os clubes data da década de 20, quando o Hapoel foi fundado pelo Partido Trabalhista (o que explica o nome do time, já que hapoel em hebraico é trabalhador). E o Maccabi, que sempre foi o partido dos liberais, pelo primeiro prefeito de Tel Aviv, sendo assim o time formado pela elite de Tel Aviv. Enquanto o Hapoel o time do povo da cidade, em que a maioria dos seus torcedores são das classes média e baixa.

O Hapoel sempre adotou uma política de contratar, em sua maioria, jogadores israelenses. O Maccabi sempre se usou dos 5 estrangeiros que podia na equipe e, nos útlimos anos, adotou o Projeto Judeu para aumentar esse número. O projeto consiste em trazer judeus de toda parte do mundo (principalmente da europa), o que se deve à Lei do Retorno, que diz que qualquer judeu que pisar em Israel, pode se naturalizar israelense imediatamente.

Enfim, isso é Israel, isso é Tel Aviv. Israel não é só guerra, não é só coisa ruim. A essência do futebol ainda está presente e jamais morrerá. A cidade pode cair, mas estes fanáticos sempre estarão presentes nas arquibancadas.


Vídeo com cenas da Ultras Maccabi 96'


Vídeo com imagens da Ultra 1999, do Hapoel

4 comentários:

  1. Num achei nada de anormal e estranho, até porque FUTEBOL É GUERRA! Eles apenas estão um pouco mais treinados que nós.

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  2. Humm... boa matéria. Tendenciosa ? Não achei não, talvez aquela primeira frase poderia ser retirada, mas fora isso, está perfeito.

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  3. Parabéns pela matéria. Daria até para fazer uma matéria sobre a criação dos times israelenses que surgiram no início do século, décadas antes do Estado de Israel.

    Parabéns, muito boa mesmo a matéria.

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