sábado, 11 de julho de 2009

Guarda Popular - O Tapa na Cara do Futebol Moderno


Tudo começou em 2004, quando a CBF, juntamente com a FIFA, num ato totalmente em prol ao futebol moderno, aboliu, dos estádios brasileiros, os lugares onde as pessoas deveriam ficar de pé para assistir ao jogo. Esta decisão acarretou na extinção da famosa Coréia do Beira Rio.

Este setor, localizado entre as arquibancadas e o fosso de drenagem do gramado, era frequentado pelos torcedores de verdade, aqueles que não se importavam com o espetáculo, e não era porque não conseguiam admirá-lo, e sim porque não os importava nada além de torcer para o Internacional e vê-lo vencer. Não lhes importava a chuva que os castigava ali em pé, não lhes importava o lugar sujo, a pouca visibilidade do gramado, não lhes importava o jogo feio, só importava-lhes sair do estádio com a consciência de que tanto na vitória como na derrota o Internacional tem torcedores que o apóiam, e este é o real espírito do torcedor.

Foi daí, da repressão criada pelas entidades que mandam no Futebol, que surgiu a Guarda Popular, uma das torcidas de maior poder de mobilização do Brasil, uma torcida como aqueles torcedores de verdade, que não querem mais nada a não ser demonstrar seu amor ao clube jogo após jogo.

Os frequentadores da chamada Coréia, buscaram outro setor para apoiar o Inter, e assim foram para a Arquibancada Popular, situada atrás das goleiras do Beira Rio. Ex integrantes de torcidas como Diabos Vermelhos, Malditos da Coréia e torcidas organizadas, juntaram-se atrás do gol, onde o ingresso era mais barato, e ali começaram a apoiar o Inter como faziam na Coréia.

Após divergências de ideologia, o Grupo se dividiu em Guarda Colorada e Popular do Inter, a primeira, alojada no setor Popular Gigantinho, era totalmente barra brava, era uma torcida de ideologia forte porém era em sua totalidade inspirada no modo de torcer das barras sulamericanas, enquanto a Popular do Inter era uma torcida mais aos moldes Brasileiros, pois nela haviam mais ex integrantes de torcidas organizadas que eram contra a total mudança na maneira de torcer.

Mas em 2005 as duas torcidas resolveram unir-se novamente e finalmente formar o que conhecemos hoje como Guarda Popular do Inter, o nome é obviamente uma junção dos nomes Guarda Colorada e Popular do Inter.

A união, é claro, trouxe com ela algumas mudanças, a Guarda Popular agora admite o modo Barra Brava de torcer, porém não em todos os aspectos, assim conseguiram juntar as ideologias das duas torcidas.

O que vemos hoje na arquibancada Popular Placar é o resultado de muita luta contra aqueles que se acomodam em suas cadeiras, comem seus amendoins e que não apóiam o time, contra aqueles que na derrota abandonam o clube, contra aqueles que vão ao estádio por puro modismo, afim de ver jogadas lindas e malabarismos com a bola que não dão resultado contra os torcedores que o futebol moderno moldou.

A Guarda Popular do Inter é isso, é a torcida que surge no ápice do futebol moderno, que contagia até o mais frio dos torcedores, é o que faz o beira rio num canto uníssono tremer, é o tapa na cara dos cartolas do futebol, é a torcida que não pode ser calada, podem impedir que entrem no estádio instrumentos, bandeiras, papel picado, faixas, fogos de artifício e todo tipo de material mas não podem impedir aqueles oito mil loucos atrás do gol de cantar o jogo inteiro o amor que sentem pelo Sport Club Internacional.


Música Adaptada dos Mamonas Assassinas, foi elogiada até pelo treinador Wanderley Luxemburgo

3 comentários:

  1. Muito bom o texto...
    Bem escrito....
    Parabéns ae campeão!

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  2. Eu gostei muito do post, muito interesante, principalmente a explicação do surgimento da torcida.

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  3. Foi uma baita sacanagem extinguir a Coréia
    ainda bem q surgiu a GUARDA POPULAR COLORADA

    show de bola esse blog

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