A Cultura Kuttenträger na Alemanha

Simplesmente uma jaqueta jeans rasgada nas mangas, está é a simples definição das Kutten alemãs. Originalmente elas derivaram da subcultura motociclista, mas depois migraram para dentro dos estádios e clubes de futebol na Alemanha.

No final dos anos 70 começaram a surgir os primeiros fanclubs de motoqueiros dentro dos estádios, que aos poucos começaram a priorizar mais seus respectivos clubes dos que suas antigas motos. Foi nessa simbiose que surge as Fan-Kutten atoladas de patches e costuras sobre o clube, suas conquistas e rivalidades. Os antigos motoqueiros viraram torcedores, e os antigos torcedores adotaram aquelas jaquetas jeans, sujas e cheias de logos sobre futebol.

Kutten, em alemão vem do verbo “cortar”, e a concepção é que se corte a mangas fora, costura-se o maior número de logos possível e jamais a lave novamente. Quanto mais suja, velha e usada uma Kutte, melhor e mais respeitada ela será nos estádios.

Os torcedores Kutte são conhecidos nos clubes alemães como a “Velha Guarda” da torcida, em contraponto ao novo fenômeno Ultra que só vem surgir nos anos 90 em terras germânicas. Às vezes o termo “Kutte” é usado de forma negativa pelos “jovens” Ultras, definindo algo como velho e decadente, mas isso é produto das diferentes formas de torcer e onde se localizam estes diferentes grupos nas arquibancadas. No final, é comum a velha e jovem guarda da torcida (Os Kutten e Ultras) viajarem juntos para jogos fora, ou dividirem os mesmos bares nas redondezas.

Independente de estilo, isso é uma particularidade alemã que merece atenção. Isso é tão forte que ainda é comum a existência de doações de velhas Kutten, por antigos torcedores, para os Museus dos clubes. As Kutten já estavam presentes nas canchas alemãs por décadas, e isso é derivado da cultura do asfalto invadindo as arquibancadas. Hoje, não é necessário ter uma moto para adquirir um Kutte, mas não há clube de futebol alemão sem a presença dessas jaquetas.