Da Rua para o Futebol, ANTIFA !

//Orgullo nacional, patriota virtual,
héroe militar, xenofóbia.
Muñeco demencial, paralisis mental, escória cerebral.
A la mierda, reaccionarios.
Me la suda todo lo que puedas ladrar.
Siempre amé la libertad.//
(SKA-P – A La mierda)



Torcida da Lazio, Fascistas.


Brigade Autonome Livornese, Antifa!

Há quem discorde, mas o futebol está intimamente ligado aos movimentos político-sociais que acontecem mundo a fora. Sejam questões políticas, religiosas, nacionalistas as grandes rivalidades futebolísticas sempre refletem uma rivalidade ideológica.

Uma dessas ideologias que saiu das ruas e chegou ao futebol é o antifascismo. Para entendê-lo é preciso saber o que é fascismo. Classicamente é a doutrina desenvolvida pelo Il Dulce italiano Benito Mussolini. De natureza totalitária e corporativista, o fascismo de Mussolini teve forte ligação política e ideológica com o Nazismo de Hitler.

Por extensão e analogia, todo poder totalitário, repressor e censor passou a ser considerado fascista. Por exemplo, as juntas militares da América do Sul são exemplos de Fascismo, e com o passar do tempo os governos mais duros de direita receberam também essa alcunha.

O termo surgiu logo com o surgimento do fascismo nas décadas de 20, 30 e 40, mas toma força no futebol nas últimas décadas com o surgimento de grupos neo-nazistas atuando em estádios de futebol. Torcidas e clubes com histórias libertárias e orientação de esquerda costumam apresentar faces antifascistas.
Amor ao clube e luta pela liberdade são bandeiras levantadas por essas torcidas, combate a repressão policial, resistência ao futebol moderno, rivalidade com a polícia e com ultras de direita são práticas comuns. Ultras antifa européias por mais de uma vez já se posicionaram contra a homofobia, contra ações policiais, anti-racistas, pela libertação dos animais.

Levar política para dentro do estádio é muitas vezes criticado, mas isso é outro reflexo da dominação do futebol moderno, que afasta a população dos estádios. O futebol tem sua popularidade devida aos operários ingleses e a simplicidade que é bater uma pelada. Torcidas pelo mundo tem demonstrado isso, seja protestando contra a violência policial, seja na luta contra o fascismo governamental e individual.
Apesar da Europa ainda ser o maior reduto antifa (notoriamente as Commando Ultras 84, Brigate Autonome Livornesi 99 e Original 21, respectivamente ultras de Olympique de Marseille, AS Livorno e AEK Athens, que formam uma aliança antifa, além das já famosas torcidas do St. Pauli), inclusive no futebol, torcidas na América do Sul começam a incorporar a ideologia. Na partida entre Aurora (BOL) e Boyacá Chicó (COL) pela primeira rodada da fases de grupos da Taça Libertadores da América o maior trapo da torcida boliviana fazia referência ao Antifascismo. No Chile, durante o regime Pinochet várias torcidas trouxeram um grito das ruas para os estádios – “quem não saltar é um fascista”.

O lado menos romântico do Antifa, no futebol e nas ruas, é a violência declarada contra os que eles consideram fascistas ou racistas, há uma ligação entre dos antifa com os skinheads tradicionais (RASH e SHARP) e com torcidas hooligans.

A banda italiana Los Fastidios compôs uma música que para muitos é o hino Antifa no futebol. No fundo a repreensão ao fascismo está incutida na maior parte da população, porém poucos têm a disposição e a coragem de tomar a frente e se posicionar firmemente.



ANTIFA HOOLIGANS.