Racismo no Futebol

Várias vezes temos péssimos exemplos de racismo, preconceito e discriminação nos palcos de jogos de futebol. O mais incrível disso é que o maior jogador de futebol da história é negro.
O futebol tomou forma como um esporte das elites inglesas unificando os regulamentos ainda no século XIX, mas quem fez do futebol o esporte mais popular do mundo foram operários ingleses que apesar de fazerem jornadas de 12/14 horas se reunião depois do expediente para treinar para os campeonatos que aconteciam aos domingos.
Os anos passaram, tivemos a primeira Copa do Mundo, vencida pelo Uruguai, com um jogador maneta como artilheiro. Porém a guerra racista de Hitler parou o futebol. Os ideais discriminatórios não só foram derrotados na Europa como o futebol brasileiro começou a realmente dar valor a força, ginga e habilidade dos negros.
Infelizmente aos torcidas tendem a esquecer dessa origem do futebol, um dos últimos campeões da Copa da UEFA, o Zenit da Rússia, não contrata negros. A torcida da Lazio, da Itália, -que por sinal era o time do Mussolini – ofende seus próprios jogadores negros. Celtic e Rangers, na Escócia, tem uma rivalidade de católicos e protestantes.
No Brasil, um país onde achar um “puro ariano” é mais difícil que arrumar um emprego, ainda existe preconceito por parte de algumas torcidas. Talvez pelas origens dos clubes, talvez por não ter outro argumento o preconceito se transforma em arma nas arquibancadas.
O que decepciona não é simplesmente o fator provocação, sem o qual o futebol não teria graça, mas a contradição de algumas torcidas ditas de origem igualitária. Porém isso não é estranho quando um time se auto-proclama “O Aristocrático”. E sua torcida se declara a “Elite”, realmente o clube ao adentrar no mundo do futebol não aceitava negros e mestiços, que até hoje vivem de um luxuoso hexacampeonato de 40 anos atrás, infelizmente a mentalidade ficou junto com a última vez que eles venceram o time do povo, a maior torcida de Pernambuco, em uma final no saudoso ano de 1968.
O futebol é o esporte mais democrático que existe. Para jogar basta uma coisa pra servir de bola e outro camarada. Por isso que fez sucesso entre as classes menos favorecidas, que em nosso país, em sua maioria são negros, trabalham em subempregos e muitos não tem acesso a educação formal. É a possibilidade de mobilidade social que leva jovens a sonharem em vestir uma camisa de jogador profissional de futebol.
Antes dessa destruição que o futebol moderno, teatrinho, todo mundo sentado e ingressos caríssimos, era na arquibancada onde o mais rico e o mais pobre eram o mesmo, eram irmãos. Patrão e empregado discutem futebol como velhos amigos. Opressores e oprimidos ficam do mesmo lado. Ter carteira assinada ou ser alfabetizado não garantem um amor maior pelo seu clube.
O futebol foi uma força de mudança social que infelizmente não chegou a mentalidade de muitos torcedores que insistem em preconceito, discriminação, violência social.

Em Recife, torcida do Náutico na falta de argumentos, apela no preconceito.